Para o mês de setembro de 2017, resolvemos colocar aqui um recado escrito pela professora Marlene Salgado de Oliveira. Este texto foi extraído do livro “Recados da Professora” – Vol II, páginas 155-156, uma coletânea de textos publicados no jornal O São Gonçalo durante dos anos de 2014/2015.
” UM BRINDE AO AMOR ” – publicado em 07.06.2015.
“Uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Taj Mahal, teve sua edificação feita com as pedras do amor. As sete maravilhas do mundo antigo são as mais belas obras artísticas e arquitetônicas erguidas durante a Antiguidade Clássica. Já as sete maravilhas do mundo moderno foram instituídas numa revisão de caráter informal, idealizada por uma organização suíça. A seleção foi feita mundialmente, por votos pela Internet e por ligações telefônicas. Dentre as obras artísticas e arquitetônicas eleitas, uma das mais votadas e, indiscutivelmente, uma verdadeira maravilha, foi o Taj Mahal. Como falei acima, o Taj Mahal, na sua beleza e suntuosidade, foi construído com a argamassa do amor. Tudo começou por causa da paixão que invadiu o coração do imperador Shah Jahan por uma linda mulher: Mumtaz Mahal. Shah Jahan era um homem muito poderoso. Conta-se que ele possuía um harém com muitas mulheres, mas sua paixão por Mumtaz Mahal foi tão avassaladora que dispensou todo o seu harém para ficar somente com sua amada. Eles se casaram, amaram-se imensamente, foram muito felizes e tiveram treze filhos.”.
“Ao dar à luz o décimo quarto filho, Mumtaz Mahal, falece. O imperador se desespera e quase morre de tristeza. Mas acha um lenitivo para viver: construir um mausoléu para sua querida esposa. Mas um mausoléu cuja imagem recitasse para o mundo, em alto e bom som, um verdadeiro poema ao amor. Teve início, então, a edificação na cidade de Agra, na Índia: o Taj Mahal. Faltando pouco para terminar a obra, Shah Jahan adoece gravemente. Sem esperar a morte do pai, dois de seus filhos tomam-lhe o poder. O pai, enfraquecido, se rende e é exilado no forte de Agra, onde passou o resto de seus dias. De lá ficava a observar, pela janela de sua cela, o túmulo de sua amada: o Taj Mahal. Depois de sua morte, o filho sepultou-o no mausoléu ao lado da esposa, inserindo, na obra, a única quebra na simetria perfeita da edificação. Shah Jahan convidou os maiores artistas e arquitetos dos impérios persa e mongol para projetar e erigir o monumento, usando os melhores mármores e as mais ricas joias, como rubis e jades, para decorar o túmulo do amor eterno. O Taj Mahal levou 22 anos para ser concluído e Shah Jahan acompanhou, cuidadosamente, toda obra.”.
“O amor é mesmo difícil de se explicar. Um dos maiores poetas líricos de todos os tempos, Camões, ao querer defini-lo, diz que o amor é: “um não sei quê / que nasce não sei onde / vem não sei como / e dói, não sei porquê”. Hoje, Shah Jahan e Mumtaz Mahal dormem juntos, para sempre, no mais belo palácio do mundo. O sentimento de amor em relação ao Taj Mahal é tão grande que nas celebrações de aniversário do palácio, centenas de crianças se reúnem em frente ao monumento para soltar pombas e balões em formato de coração. Os visitantes são recebidos com enfeites de flores e pinturas na testa. É, sem dúvida, um monumento que incorpora a celebração do amor. […] Frente a esta belíssima história, lembro-me das palavras de Bob Marley, quando disse que “Há pessoas que amam o poder e outras que têm o poder de amar”. Assim foram os filhos de Shah Jahan – amantes do poder – e assim foi Shah Jahan – amante do poder de amar. […]”.
Profª Marlene Salgado de Oliveira